quinta-feira, 27 de agosto de 2015

ACOS: Um desafio diagnóstico...

Resumo da discussão acerca de ACOS realizada no dia 27/08/15 com Dr. Fabrício Valois:

Algumas vezes na prática clínica nos deparamos com pacientes com características clínicas, radiológicas e espirométricas compatíveis tanto com Asma, quanto DPOC.
Sem no entanto nos lembrarmos dos vários fenótipos que existem entre estes dois pólos. Acompanhamos recentemente caso de paciente de 71 anos, com quadro de tosse crônica e dispnéia aos médios esforços iniciado há 05 anos. Apresentando neste período quadros de exacerbações com sibilância que respondiam a BD. Possuía ainda uma carga tabágica de 25 maços/ano. Seu exame espirométrico não evidenciou alterações na relação VEF1/CVF, porém com resposta pós-BD significativa. No exame físico possuía estigmas clínicos compatíveis com DPOC. O que pensar diante destes casos, onde os exames são inconclusivos em distinguir Asma e DPOC?

O artigo discutido, do periódico The Lancet (agosto/2015), abordou este tema. Segue o link abaixo:
The Lancet: Link

- A distinção entre Asma e DPOC em pacientes adultos apresentando características clínicas de ambas é um desafio.

- ACOS representa uma forma de “doença” das vias aéreas que está associada com um grande número de exacerbações, admissões hospitalares. E representa uma síndrome de sobreposição entre Asma e DPOC.

- A GINA (2014) define asma como uma doença heterogênea, usualmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios como sibilos, dispnéia, dor torácica e tosse que variam de intensidade, e com limitação de fluxo expiratório variável.

- A GOLD descreve DPOC como doença prevenível, caracterizada por limitação ao fluxo de ar, persistente e usualmente progressiva, associada a resposta inflamatória crônica das vias aéreas e pulmões a partículas ou gases nocivos.




- A prevalência difere nos vários estudos. Na maioria dos estudos está presente em pacientes acima de 40 anos.

- Um estudo na Nova Zelândia utilizou 469 pacientes, mostrou que dos 5% que fechavam critérios para DPOC. Destes, 55% também satisfaziam critérios amplamente usados para o diagnóstico de asma.

- Concenso espanhol (02 critérios maiores ou 01 maior e 02 menores):
Critérios Maiores:
  • Aumento do VEF1 pós-BD maior que 15%, ou maior que 400ml.
  • Eosinofilia no escarro
  • Histórico de asma
Critérios Menores:

  • Aumento de IgE
  • História de atopia
  • Aumento de VEF1 maior que 12%, ou maior que 200ml pós-BD em duas ou mais ocasiões.

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