Não é incomum durante as visitas em enfermarias nos depararmos com pacientes que cursaram com evento tromboembólico, sem nenhuma coagulopatia de origem genética ou adquirida, que justifique a princípio, tais eventos. E sem outras condições que levem a predisposição dos mesmos.
De forma que devemos sempre levantar a hipótese de neoplasia oculta nestes pacientes, e iniciar uma pesquisa para tal.
"Mas quais são os limites para tal pesquisa? Vale a pena pedir exames em excesso, com todos seus riscos e efeitos colaterais, no intuito de encontrar essa possível neoplasia?"
Foi pensando nisso, que essa edição do NEJM deste mês, publicou um estudo multicêntrico realizado no Canadá.
Segue abaixo alguns pontos principais que selecionei de um
artigo sugerido por Dr. Alexandre Aguiar:
- O tromboembolismo venoso, que compreende principalmente,
trombose de veias profundas e TEP, é a terceira desordem cardiovascular mais
comum.
- É classificada como provocada quando associada a um fator
de risco transitório, como trauma, cirurgia, ou gravidez.
- O tromboembolismo venoso não-provocado representa um dos
sinais mais precoces de câncer. Cerca de 10% dos pacientes com estes eventos
são diagnosticados com alguma doença neoplásica.
- Enquanto alguns estudos tem sugerido que um screening
limitado de pesquisa para câncer ,como estratégia, é adequado para a procura de
tal diagnóstico em pacientes com eventos tromboembólicos neste grupo. Tal
screening consiste de: anamnese, rotina laboratorial e radiografia de tórax. Outros estudos
sugerem a incorporação de TC de abdome e pelve, assim como dosagem de
marcadores tumorais nesta pesquisa.
- O estudo ocorreu no período de outubro/2008 a abril/2014.
- O trial mostrou que um screening para neoplasia oculta que
inclui TC de abdome e pelve não mostrou um número maior de diagnóstico de
neoplasia nestes pacientes. Os resultados sugerem que uma estratégia limitada
como a citada em outros estudos pode ser adequada para pacientes com primeiro
evento de tromboembolismo não-provocado.
- Como críticas ao estudo, é possível que um trabalho
utilizando uma gama de exames mais extensa possa mostrar um aumento no número
de diagnósticos de neoplasia nestes pacientes. A TC de tórax, por exemplo, não
foi incluída no trial.
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